quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Antonio Mancini


Mestre italiano do final do século 19 e início de 20. Não diferente do nosso colega Vuillard, é provavelmente um ilustre desconhecido da maior parte de nós. Uma pena, a sua abordagem é fascinante... que olho. Sua aplicação de tinta, controle sobre a luz, composição e místura de objetividade e fantasia são uma tremenda porrada na boca do estômago.








Filho de alfaiate, teve infância pobre, mas o talento inegável conseguiu com que ganhasse uma cadeira pra estudar em uma academia de artes as 12 anos. Aos 16 pintou a segunda imagem da pesquisa. Um menino pobre pintando meninos pobres. Figuras da rua se mantiveram um de seus temas principais durante toda a vida e assim como incapacidade de lidar com o dinheiro. Mas dane-se a sua biografia... dá uma olhada no realismo poético quase expressionista da sua execução.






Quanto controle sobre tudo no meio dessa zona que ele criava com a Pallete Knife e tinta grossa. A superfície treme, viva, marcada pelas decisões frenéticas... em muitos quadros é possível ver uma grade quadriculada sobe as camadas de tinta. Ela é fruto de uma estratégia que Mancini utilizava: Colocava a mesma grade sobre a tela e os modelos de modo a manter as proporções sob controle com uma execução mais espontânea. A traquitana acaba causando um efeito plástico além de prático.







Espero que o Mancini nos inspire a soltar a mão, pensar nas silhuetas e ter coragem pra uma abordagem menos linear, que eu acho que está em falta no nosso Brasil - Temos muitos grandes desenhistas que dominam a linha e põe ela pra sambar, mas na hora de pensar em manchas acho que a tradição é pequena (abra a ultima imagem para entender do que eu to falando). Por hoje é isso e amanhã, aula na gávea www.desenhosemrascunho.blogspot.com

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