Guh guh

Não sei se foi o espírito natalino, mas finalmente fiz um desenho que minha irmã vem pedindo a muito tempo.

um convite secreto

shhhh

Correspondência Secreta

Gosto muito de ilustrar e gosto muito de design, juntar os dois é sempre bom.

Filipeta que fiz pra uma peça.

Voltando

Então. Boa Tarde, estou de volta ao blog. Vou dedicar só uma frase à questão do projeto final - "foi sinistro, mas acabou"

Vou mostrar rapidinho o poster final do projeto, já que a animação eu tenho que esconder pra poder mandar pra festivais.





Agora vamos para outras questões. Primeiro desenho do caderno novo, pequetito pra poder levar por aí. Um pouco limitante, mas vou tentar me adaptar.



aquarela, caneta tombow porrada, lapis de cor e caneta posca. ê lelê.

Foi tão bom hoje ficar uma hora parado no sol sem pensar em nada e tocar violão.
é como se eu tivesse saído recuperado metade da minha personalidade que eu tinha mandado amordaçar

Cacete

todo o molejo do mundo
está escondido bem debaixo do seu nariz
não dá mole, não dá mole!
ih, rodou.

Brincadeira, domingo que vem tem mais.

sangue! sangue!
Mas o dinheiro é meu.
Semion Mogilevich diria
bom trabalho, filho meu.

Não sei de muita coisa,
mas sei que tá faltando é peixe
pra tanto tubarão!

you know nothing

beginningoftheend

cadernice de hoje de tarde

só tenho espaço pra uma obsessão de cada vez, e o poker deu uma dormida pra me deixar desenhar e desenhar e desenhar.

e a trilha sonora é Arctic Monkeys.

e isso é um agradecimento, ao vocalista, letrista e guitarrista da banda, um tal de Alex Turner, que eu nem sabia quem era até hoje mais cedo.

3 Sketchs distorcidinhos

brincando durante o dia em vez de trabalhar.

O assunto do dia...

na minha cabeça, hoje, foi peixe.

Vampiros

Estava dando uma olhada no TNTema e ví que tinha acabado de mudar assunto e não deu outra, tive que desenhar uma vampira, rapidamente.

taí... agora preciso de ajuda pra descobrir como entra pro blog, e se eu posso.

Pietari Posti

Ilustradora talentosa, malandra e muito boa.

curtí demais, é simples e inteligente... adaptado aos clientes psicóticos de cada dia.

enfia a cara no site dela e dá uma olhada!

El Sub

El Sub, originally uploaded by ink3.

um desenho colorido, olha!

Apesar do silêncio, a vida continua.

Ando meio que amarrado à essa cadeira, quieto e diletante.

Acumulando pedaços de idéias e fazendo elas andarem de um lado pro outro, na(s) tela(s) à minha frente.

Tá indo em frente, já posso sentir a corrente de ar que vai me envolver quando eu botar a cabeça pra fora da caixa de papelão que confina e comanda como vou utilizar meu tempo.

E temos um animatic, que eu só vou mostrar um pedacinho.

Dr Sketchy's Anti Art School

Eduardo Janiszewski, organizador do branch paulista do Dr Sketchy's me deu um toque que o vídeo do primeiro evento já está no ar e que tem programação nova rolando.
Parece que a Molly Crabaple, fundadora da brincadeira (e capa da zupi desse mês) vai estar por aqui em outubro.

Também vai rolar outro evento dia 30... que eu não posso nem cogitar ir, mas tudo bem. Pra se informar melhor, recomendo passar no blog deles

dá um check it out no vídeo pra ver que a produção realmente foi maneiríssima e os elogios que eu teci não foram pelação de saco.

Dr. Sketchy's Anti Art School, São Paulo - SP - Brazil teaser HD from Eduardo Janiszewski on Vimeo.

meus desenhos aparecem em alguns momentos, e você pode reve-los voltando no tempo pela menu na lateral do blog ou cliquando aqui e aqui

é isso aí, a vida tá triste, corrida e selvagem, mas não gosto de reclamar de excesso de trabalho, desejem-me sorte.

I² - Intelligence Increase

Não vou descrever o projeto agora... não vou explicar como e de onde ele surgiu e não vou contar basicamente nada sobre o que ele trata. Mas vou mostrar uma imagem, que é mais rápido e mais gostoso do que gastar seus bastonetes com palavras.

Inteligence Increase é o meu projeto final, uma animação que provavelmente vai chegar perto dos 6 minutos. Adoraria receber comentários de que impressão essa imagem causa, assim, fora de contexto. com o tempo, inevitavelmente, vou falar do projeto todo por aqui.

Mais modelo vivo

Estou imerso no processo de produção do meu projeto final. Muitos rascunhos feios e muitos tutoriais de after effects... um pouco demais pra minha cabeça. Porém mais cedo ou mais tarde vou falar disso por aqui.

Aqui vão alguns desenhos que fiz hoje na aula de modelo vivo... a primeira, espero poder mostrar uma produção mais ou menos semanal desses desenhos.

Flow

Palestra muito maneira sobre o estado de extase em processos de alta concentração. Não é exatamente empolgante ou explosivo no sentido hollywoodiano, mais dispara algumas sinapses e fornece um mapa interessante sobre como escolher passar o seu tempo nesse planeta. É em inglês, mas oferece legendas (também em inglês) pra quem tá enferrujado, lá no site do TED.

ou Assiste logo, aqui:

Modelo Vivo - Alberto

Modelo Vivo - Alberto, originally uploaded by ink3.

Nova aquarela. Vamos em frente que o tempo é curto no momento.

abraços

Novo Projeto

Comecei a esboçar o visual de um novo projeto de quadrinho. Psilos é uma história curta, ainda não sei exatamente quantas páginas pode vir a dar ou quando vou chegar ao fim, mas tenho alguns rascunhos pra mostrar.

O processo de desenho da história vai ter que dividir meu tempo com a produção da animação de projeto final da faculdade e não será minha prioridade no momento... mas a minha mão estava coçando pra colocar um pouco dessas idéias no papel.






O Texto é do João Maia (http://jotamaiape.blogspot.com/)... dá uma olhada num pedaço: (não liguem pra falta de acentos porque aparentemente ele estava pouco se f...)

"Sua mãe era a terra, a boceta molhada do universo. Seu pai uma semente anciã, mas sempre presente. Amavam a vida e todos os seus deleites.

Eram uma especie de sociedade de secreta, Mas de sociedade em si em nada tinham

Seus membros eram espalhados pelo mundo, e pouco compartilhavam entre si.

Caóticos e desagregados amavam seu estado pré-natal de ingenuidade anárquica

Tinham em comum a pratica ritualística. Por esse meio elaboravam em seus seres a experiencia do êxtase.

Esse êxtase, uns chamavam amor, outros Siva, outros Anjo, Krishna, Cristo, Dionísio, Buda, Rama, Osíris, Zeus, Caipora, Pan, Pernalonga, Kia ou Caos."

Pássaros e Cogumelos

O último mês e meio foi uma grande aventura. Praticamente um Road movie da decada de 60, ele conteve confrontamentos com as autoridades (eu vencí), mais de 10 psicotrópicos, reencontros místicos, afastamentos dolorosos, voadoras, tiroteios, uma festa junina rehab e muito, muito álcool.

O Resultado é um sorriso sacana e uma febre de 39 graus.

E vários passarinhos.



Mas como toda jornada chega ao fim, é hora de pousar, deixar as asas pra trás e voltar a andar com os pés.

Aquarelas

Duas aquarelas com abordagens bastante diferentes, do mesmo modelo. Não sou muito orgulhoso das minhas aquarelas e frequentemente escondo elas... mas acho que não custa muito parar com isso... ainda mais no blog pessoal.

A caligrafia no primeiro desenho foi feita pela Bel Abreu, organizadora do ilustrando em revista e outras exposições, moça muito gente boa que visitou a gente no Marimbondo dia desses.

Minha mão não está parada, mas meus esforços de postar as coisas estão bem abaixo do desejado. Quero desenhar mais... ranger os dentes como nos velhos tempos, não tão velhos assim.

Quero dar mais aulas, quero começar um novo quadrinho, quero fazer mais desenhos de observação. Ainda bem que quero tudo isso, querer é o primeiro passo. Faz um tempo que eu não sinto tanto querer com desenho. Sem falar que eu tenho dois linearts pra colorir e um novo estilo de cor pra inventar. Vambora.

Concurso Revista Ilustrar

boas notícias pras 4 pessoas que acompanham esse blog!

Fui selecionado entre os 25 finalistas do concurso, com minha ilustra aparecendo "em terceiro" na seleção. Não sei se essa organização significa alguma coisa, mas é legal ver o nome alí pertinho do início. ;)

Foi um projeto interessante em que testei um mix doideira de técnicas tradicionais e digitais, que mereceria um post passo a passo, que não vai acontecer agora.

você pode baixar a revista AQUI

Divido a Ilustra com o mundo em tamanho grande, pra quem gosta de ver detalhezinhos.

Trip: São Paulo

Estive em São Paulo, espairecendo da vida carioca.

uma viagem movimentada com direito à tudo que eu gosto na vida:

Noites, Desenhos, Comida Japonesa, Poker, Pizza, Amigos, Michael Jackson sendo tocado no piano e escaleta, não necessariamente nessa ordem. Que viagem. Não foi barata, mas valeu cada centavo.

Agradeço aos meus anfitriões por tudo, estou muito feliz.

Embaixo vão os desenhos da Inauguração do Dr Sketchy São Paulo. Eles tem um blog, é só dar uma olhada.

http://drsketchysaopaulo.blogspot.com/

O último foi um desenho de observação da minha hostess extraordinaire, Laís Brevilheri, estreiando o caderno novo.

Parando com a Negligência

modelo vivo, provavelmente 10min, a pose era longa, mas fiz uma aquarela desastrada que ninguém vai ver... pra salvar o dia, ataquei com linhas em vez de manchas e pimba, fui embora feliz. Seria maneiro fazer um pouco disso todo dia.

Mariana

Mariana é um mini-comic que eu produzi em colaboração com o Guilherme Gatz, camarada que é O cara com as cores. Argumento e desenhos por mim.

Uma história curta com clima de terror, sobre perigos que podem se esconder por trás das paredes da vida real. É a minha primeira experiência concluída nos quadrinhos e foi bom de fazer. Estou ansioso pra quando rolar o tempo pra começar uma nova idéia. Idéia é o que não falta.

thumbnails:

Calma, Barry... calma.

"Soprei Alguns anéis de fumaça enquanto me lembrava daqueles tempos. A grana havia ajudado, bem como a bebida; talvez um pouco de pó quando se podia pagar. Sem heroína, entretanto; Micky, meu potencial iniciador, estava ansioso demais para que eu experimentasse. Ele garantiu que poderia fazer isso de olhos fechados, mas tremia como um motor defeituoso quando disse isso."

Esse parágrafo, que poderia ter saído de um romance do Irvine Welsh, mais sincero que qualquer conto de bukowski e mais sólido do que as elucubrações sem destino dos Beats se passa no Havaí, no final dos anos 70, se não me engano. É a escrita romanceada da auto-biografia de um jovem negro nascido em Honolulu no dia 04 de agosto de 1961, e publicada em 1995. 14 anos depois esse jovem se tornou o 44o presidente dos Estados Unidos.

A Origem dos Meus Sonhos (Dreams from my Father: a story of race and inheritance) é a auto biografia prematura de Barack Obama, escrita aos 33 anos de idade ao se tornar presidente do Harvard Law Review, publicação especializada em direito da universidade de Harvard. Estou na metade do livro e sinto que tivemos sorte. A chegada desse homem ao poder só poderia ser possível depois do espetáculo de escrotice que se viveu durante 8 anos da gestão Bush, certamente.

Não sei se ele vai ter muito o que fazer no poder daquela nação doente e recheada de imbecis e não sou de nutrir esperanças em políticos, mas a história de vida de Obama é, em um único adjetivo - Singular. Um moleque que cresceu na indonésia numa casa pequena com 2 crocodilos, e um chimpanzé chamado Tata, tendo lições de boxe com um padrasto nativo imerso na realidade social de Jacarta, (em um episódio tendo que esconder a geladeira da família nos fundos para enganar os fiscais da receita) certamente não é "mais do mesmo" na presidência americana.

Tenho um pouco de pena dele e não vejo a hora de ler a próxima biografia, quando ele vai nos contar da dor que está passando nesse momento, sentado no centro do ninho de cobras.

Minha simpatia por ele só cresce, agora que descobri que nasceu no mesmo dia que eu e conheço um pouco do que gerou a firmeza desse cara que acompanhei subir tanto nos últimos 2 anos, sempre marcado por duas qualidades – dignidade e classe.

Boa sorte camarada, não espero muito de você como presidente do barco furado, mas você têm algo que político algum já teve na mesma escala que o senhor. Culhão! Opa, não, quer dizer... Respeito.

Fail

"deu merda" ... oportunidades de exercitar seu espírito de porco e falta de compaixão com o próximo.













tsc tsc tsc

The tender tends to go

Uma brincadeira de sketchbook com um estudinho entre obrigações pra não deixar o blog morrer. Tentando manter o ânimo no meio da bagunça que a vida tá virando... realmente sem fôlego de revolucionar coisa alguma no momento.

Benjamin Güdel

Benjamin Güdel

Quem disse que cell shading é sem graça? O Nome do cara é Benjamin Güdel e ele sabe o que está fazendo com as suas camadinhas opacas de cor. Dono de um estilo vibrante porém comportado ele caminha entre o preciso e o intuitivo, o lírico e o sacana, com um pincél malandro que distribuie cor e valor como um cirurgião mas sem deixar a psicodelia de lado.

Recomendo uma olhada no livro que o cara publicou com ilustrações de tudo que é tipo... o filha da mãe fez até um baralho de poker que eu gostaria muito de poder comprar (ao mesmo tempo me deu uma idéia interessante).




Interessante pra cacete, queria ser diretor de arte de alguma coisa só pra botar o maluco pra desenhar algo que tenha saído da minha cabeça. O Camarada é alemão se não me engano, largou a faculdade, segundo ele mesmo passou 2 anos azucrinando em berlin e atualmente vive na suiça.




O papo tá dado, cliquem nos links.

El Sub

Esse demorou um pouco pra sair por ter sido atropelado por outras obrigações. Felizmente acordei cedo e antes do telefone começar a tocar larguei a tinta em cima do garoto.

Queria, já faz tempo, desenhar esse cara - O Subcomandante Marcos, rosto e voz do Exército Zapatista de Libertação Nacional (a nação no caso, sendo o méxico) também conhecido com EZLN.

Aí ele está num momento descontraído fumando seu cachimbo e passeando por sua plantação de San Pedro, um cacto com amáveis propriedades enteógenas devido à sua capacidade de produzir um adorável metabólito secundário - A Mescalina.

Espero não demorar muito pra poder me agraciar com uma versão colorida desse desenho.

Realismo e o fascínio por desenhos da figura humana

David Longo

Não adianta, sou apaixonado por desenhos de modelo vivo. Alguma coisa me prende a isso com uma força muito grande, sinto uma empolgação genuína e passo horas, literalmente horas, vendo desenhos... coisa que nem sempre acontece com todos os estilos plásticos por aí.

Se alguém mais sente essa atração, deveria dar uma passeada por esses links aqui:

David Longo, com uma galeria de aquarelas incríveis. Esbarrei nisso no twitter do Montalvo Machado. Vale a pena ver seus óleos e rascunhos com linhas precisas. é bom demais.

Aaron Coberly tem uma galeria com trabalhos impressionantes em óleo e trabalhos em carvão. de dar nó na cabeça.

Essa cultura de valorizar o traço e desenho, aprendizado da representação da forma faz um tanto de falta no nosso país. Parece que perdemos a Ubisoft por que não estavam satisfeitos com a qualidade da mão de obra.

é foda.

Rabisqueira

Entre um trabalho e outro sairam esses sketchs de personagens. Eu os psicografei aqui sem deixar o pensamento entrar no caminho. Procurando saidas, outlets criativos e meios de prosperar numa paisagem árida.

Sketch Crawl 11/04/09

Não consegui sair da cama nesse sketchcrawl. Estava cogitando participar mas as forças da inércia venceram. Pra não deixar o dia passar fiz alguns rascunhos de modelo vivo com a digníssima e aproveitei pra dar uma viajada em cima deles.



Fiquei feliz com o resultado do meu sketch crawl particular, daqui a alguns meses espero conseguir me arrastar pra fora da cama

tem outra versão diferente lá no flickr

Cultive seus Direitos

Texto publicado no blog do fórum "Growroom", (mas escrito em outro blog o hempadão). O Growroom é um fórum pela discussão do papel da Cannabis Sativa na Sociedade, seu cúltivo e status jurídico.

Fiz para eles a ilustração desse post, seguindo o motivo internacional "Cultive seus Direitos". Precisamos aproveitar esse momento de abertura para colocar a discussão na direção certa (na minha opnião): Permitir a produção caseira para consumo próprio ou venda em regime medicinal com controle de qualidade e quantidade. Perdão aos que ficam ofendidos com essas idéias ou engajamento, mas é bom sentar e ouvir. Qualquer um que se decide sobre uma questão sem ouvir os argumentos, é um tolo. O texto é bom, dá uma lida.

"Solução pela Culpa: A saga do Estado cego"

As notícias se repetem e as repercussões também, assim caminha o Rio de Janeiro nessa virada da primeira para a segunda década do Século XXI. A eterna guerra às drogas, também entendida como “guerra aos pobres”, de acordo com o sociólogo Renato Cinco, se estende infinita na história da proibição de tóxicos e maconha. No Brasil, como em qualquer lugar do mundo, a indústria das drogas produz riquezas e impropérios. E o pior mal é aquele que nos salta aos olhos, nos rende na esquina ou que dispara e acerta janela do prédio no Jardim Botânico. No dia 23 de Março de 2009, a Zona Sul do Rio estava muito longe de poder se considerar um paraíso.

No total, cinco bairros da elite carioca foram incomodados por perseguições e trocas de tiro. Numa outra matemática, o mesmo número: foram cinco os traficantes mortos… Além de um vigia baleado, doze suspeitos presos e muita notícia de jornal. Sair das ruelas e becos e cair direto no berço do transeunte burguês, faz com que a guerra às drogas seja um elefante que além de incomodar muita gente, incomoda muito mais. Com possível infantilidade, algumas autoridades continuam “acariciando o lobo, achando que é animal de estimação”. Dentro dessa ótica foi que o Secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, mais uma vez apareceu para reafirmar o lema: “A culpa é do usuário”.

Na verdade, fica difícil entender como é possível que um problema de ordem pública seja debatido sob a esfera desse argumento. Ao que se sabe, questões políticas devem se orientar para melhor promover o bem comum, agindo com objetivos determinados e comprometidos à eficiência do investimento público. Culpar o usuário pode servir como desculpa, mas não como pronunciamento perante o atual quadro de caos urbano. É como se, ao debater sobre a degradação do meio ambiente, o único discurso evocado fosse: “a culpa é de cada cidadão”. Ora, tudo indica que a solução de qualquer problema está aquém de simplesmente identificar os culpados. Ou se o que importa é somente identificar o culpado, então a solução geralmente beira à pena.

Tá na cara que Beltrame nada em correntes contrárias àquelas que regem a nova política mundial. Longe de querer penalizar o usuário, países como Estados Unidos e Argentina buscam flexibilizações e de descriminalização nas leis, mediada por política de educação e saúde pública. Numa democracia, mesmo que representativa, o povo de fato é culpado pelas decisões de seus representantes. E nesse caso, me pergunto até quando a classe média e alta está disposta a aguentarar uma política falida de combate. Sim, nessa segunda feira de março, o Rio de Janeiro mais uma vez se viu alvo do poder paralelo criado e mantido, sob égide de ilegalidade, pelo Estado. A diferença foi o cenário e assim a roupagem ganha novo sentido e o debate, um novo rumo. A caminhada pela Marcha se aproxima e lá, estejam certos, além de muitos simpatizantes da erva, estarão cidadãos minimamente coerentes e reflexivos, além é claro, de politicamente ativos.

Durante anos, as classes socialmente favorecidas tentaram abafar o crescimento da violência com paliativos de esquecimentos, confrontos e condomínios. Os jornais quase que diariamente noticiam a derrota do poder público na guerra contra a oitava movimentação econômica do mundo, a indústria de entorpecentes. Tem gente que finge não ver. Mas a desorganização do crime se resolve num crescimento desenfreado da posse marginal de lucros, armas e pontos de venda. O cidadão carioca não sabe o que é tranqüilidade. O medo evolui em traumas e transita pânico em mulheres e crianças. Da zona norte a sul do mundo, se consome drogas. Nada é mais letal à saúde do usuário do que esse mal comum temperado culturalmente por dogmas e preconceitos. Numa relação clara de causa e consequência, a elite carioca colhe balas e assaltos que plantou a cada semente de ignorância. Cultivar cannabis ainda não pode, mas ao arvorecer da criminalidade o Estado continua assinando embaixo. Não cala uma pergunta: A culpa é de quem mesmo, Beltrame?

Enquanto assistia à todos aqueles jovens, bem vestidos e alimentados discutindo as mais eficientes estratégias para vender, quase me deixei levar pela conversa. Mas não demora muito e nos lembramos que na publicidade o que conta é a arte de manipular fantoches.

Fantoches que manipulam fantoches, que manipulam fantoches.

Freestyle na tinta acrílica

Bosta pouca é bobagem

Satisfeitos, almoçam os profissionais. Polidos em suas camisas de botão, meninas com suas sandálias discretas-cool saboreiam frango processado, tomando muito cuidado pra não manchar de molho os babados da blusa ou, deus me livre, sujar a bolsa.

Deu meia hora, estão nas suas estações de trabalho, escolhendo as cores e projetando as formas. Pensando o sentido dos rítmos e referências do mais novo e adorável back light que estará mês que vem na sua vizinhança. Atraentes linhas curvas em vistosos degradês nos convencem de que a vida é boa de ser vivida, indepedente das evidências do contrário.

Na mosca. O salário não dá pra pensar no futuro mas o pouco que rola garante a cerveja no fim do expediente ou o sapato novo. Papai ainda paga a gasolina e mês passado deu uma força com o apê; Semana passada saiu aquela campanha, tão difícil de aprovar e parece que vai parar no anuário. A idéia foi do estagiário, o nome, do diretor de arte. Mas todo mundo sabe.

Semana que vem esse cara vai estar na rua. A criançada manja tudo de informática e o suficiente do resto, tá todo mundo ficando craque nesse negócio de enfeitar. Uma geração inteira, treinada por toda a vida pra ser fera. Campeão em botar glacê no bolo de bosta da vida.